sábado, agosto 6

Lasar Segall - Obras

Emigrantes - 1934-41

Mãe morta
Mãe preta - 1930

Cândido Portinari - Obras

O Café - 1935

O lavrador de Café 1934(?)1939
Mulher com menino morto
Cangaceiro (avaliado em R$ 1,2 milhão)

sexta-feira, agosto 5

Anita Malfatti - Obras

Anita passava os dias pintando ao ar livre, e ao anoitecer ouvia as aulas inspiradas de Homer Boss. Nesse ambiente de liberdade e inspiração, a artista explorou as influências expressionistas adquiridas durante seu aprendizado anterior na Alemanha. Em obras como A Ventania e A Onda, a paisagem local é representada como uma força selvagem, agressiva e dinâmica, e o uso da deformação expressa certa inquietação do olhar humano diante da natureza.


A Ventania. 1915-17.


A Onda. 1915-17
 Uma das obras mais conhecidas desse período é O Farol. Nessa pintura, assim como em O Barco, a paisagem está mais harmonizada com a presença humana,  através das edificações que compõem o cenário. O uso da deformação é sensivelmente menor, em contrapartida Anita utiliza exemplarmente a principal característica do seu expressionismo: as cores abundantes e vivas, a chamada “Festa da Cor”.


O Barco. 1915.


O Farol. 1915.


quarta-feira, julho 20

A Ponte - "Nosso programa", o primeiro manifesto Expressionista

Em 1905, em Dresden, Ernst Ludwig Kirchner, Fritz Bleyl (que logo daria lugar a Otto Müller), Karl Schmidt-Rottluff e Erich Heckel, estudantes de arquitetura, uniram-se para formar o primeiro grupo de artistas plásticos do Expressionismo: "A Ponte" ("Die Brücke"). A origem do nome ainda desperta controvérsias: Heckel, apontado como responsável pela idéia, estaria meramente se referindo às inúmeras pontes da cidade, ou haveria aí uma metáfora, uma referência à proposta artística do grupo – ser uma ponte levando a arte a novos territórios?
Pintores d'A Ponte (1927), de Ernst Ludwig Kirchner
Levado a público em setembro de 1906, o manifesto d'A Ponte foi gravado na madeira. A escolha deste material não se deu ao acaso: os próprios membros d'A Ponte seriam os responsáveis pelo resgate da arte xilográfica, considerando-se herdeiros de uma espécie de "tradição artística" então relegada ao esquecimento, filhos espirituais de Dürer.

Podemos fazer, brevemente, algumas observações acerca do texto. Em primeiro lugar, notemos que o manifesto é endereçado, de uma forma algo generalizante, a "uma nova geração de criadores e apreciadores", a "toda a juventude", maniqueisticamente colocada em oposição às "velhas forças".
A referência simultânea aos "criadores" e aos "apreciadores" não é gratuita: uma vez tendo se divorciado dos mecanismos estatais, estes novos artistas precisavam criar redes alternativas de alcançar o público; de onde a importância fundamental dos mecenas, dos colecionadores e da publicidade para a consolidação e sobrevivência do Expressionismo (lembremos, a respeito deste ponto, que, em fins da década de 1910, Herwarth Walden – galerista e editor da Sturm – utilizava o termo expressionismo como uma espécie de marca comercial, através dele designando todos os artistas que disponibilizava em sua publicação; e que os próprios artistas d'A Ponte criaram uma categoria de "membros passivos" do grupo: apreciadores que, em troca de uma taxa anual de doze marcos, recebiam uma pasta de gravuras originais e relatórios sobre as atividades do grupo).

A oposição entre a "juventude" e as "velhas forças", por sua vez, pode ser entendida de forma literal: estes artistas d'A Ponte tinham, à época, entre vinte e dois e vinte e cinco anos; e as mudanças que desejavam promover diziam respeito, simultaneamente, à vida e a arte. O que estes novos artistas desejavam era, sobretudo, criar uma arte "transbordante", produto do êxtase e do arrebatamento: no estúdio de Kirchner, Heckel tinha o hábito de subir e descer as escadas declamando versos do Zaratustra nietzschiano; trabalhando compulsivamente com modelos não-profissionais, muitas vezes suas namoradas, estes pintores desejavam criar uma arte "repleta de vida", para usar uma expressão do próprio Kirchner. Em oposição à rotina de estudos e trabalhos em escolas e estúdios, os membros d'A Ponte pintavam ao ar livre e em colônias nudistas; em oposição ao modo de vida e aos valores burgueses, desejavam viver de forma libertária, idealmente mais próxima das forças vitais da natureza. Em meio a estas, afinal, é que poderia ser encontrado o verdadeiro "impulso criador": como certa vez observou Kirchner, era preciso pintar a vida de sangue nas veias; e, para cumprir esta tarefa, era preciso, em primeiro lugar, redescobrir essa vida – o que só poderia ser feito longe dos grilhões impostos pela sociedade.

segunda-feira, julho 18

Expressionismo - Contexto Histórico

É um movimento de vanguarda, ou seja, um movimento que, segundo seus próprios autores, guia a cultura de seus tempos.

Surgiu no final do século XIX e início do século XX, porém teve seu início de fato em 1910.
A época de surgimento do expressionismo foi marcada pelo desamparo e o medo da sociedade que passara, recentemente, pelo processo de unificação da Alemanha, mas que ainda era por este motivo atrasada industrialmente.
Não só ocorriam mudanças políticas e econômicas, mas também intelectuais e culturais: foram rompidas as crenças religiosas – principalmente a católica – e a existência de um Deus já não mais era incontestável, aumentando ainda mais os questionamentos a cerca dos mistérios da vida e da morte. O homem agora era responsável por si próprio e por seu futuro; a vida após a morte já não era certa. Foram tais incertezas que resultaram no medo, na angústia, na solidão, nos sentimentos mais sombrios que uma sociedade inteira poderia sentir.

O Expressionismo teve como herança cultural o impressionismo do século anterior. Foi um movimento de espírito e da alma. Um movimento que procurou se opor ao objetivismo naturalista, ao racionalismo capitalista burguês. O que importa é a expressão do mundo interior do artista. Ao expressionismo interessam as sensações provocadas no artista tanto por fatos internos quanto externos.

Desde o fim do século XIX, o expressionismo já vinha sendo mostrado por artistas plásticos da Alemanha em suas pinturas. O principal precursor deste movimento foi o pintor, Vincent Van Gogh, que, com seu estilo único, já manifestava, através de sua arte, os primeiros sinais do expressionismo. Ele serviu como fonte de inspiração para outros pintores. Edward Munch também é considerado um precursor deste movimento, por conter em suas obras características expressionistas.

Até então, era pouco conhecido. Um dos fatores determinantes para o seu aparecimento por completo foi a criação do grupo "Die Brucke" (A Ponte), em 1905, na cidade de Dresden. A partir daí o grupo foi se fechando até sua fundação oficial em 1910, através da revista "A Tempestade", quando o expressionismo obteve seu auge, atingindo a maioria dos artistas da época.

Em 1911, numa referência de um crítico à obra de Vincent Van Gogh, o movimento ganha o nome de expressionismo.
Em 1914, a Alemanha sofre com os reflexos da Primeira Guerra Mundial. A partir daí, os artistas começam a retratar mais freqüentemente a situação em que a população se encontrava, o que eles viam à sua volta, as tranformações ocorridas que afetavam de alguma forma as pessoas, tudo isso não só na pintura, mas também na literatura e no cinema e no teatro.

Pode-se dizer que o Expressionismo foi mais que uma forma de expressão, ele foi uma atitude em prol dos valores humanos num momento em que politicamente isto era o que menos interessava.
Seus principais expoentes foram Ernst Kirchner, Oskar Kokoschka e Wassily Kandinsky.
Após o fim da guerra, o expressionismo influencia a arte em outras partes do mundo, inclusive no Brasil.

O expressionismo nas artes plásticas

O Expressionismo é a arte do instinto, trata-se de uma pintura dramática, subjetiva, “expressando” sentimentos humanos, o sentimento do artista. Utilizando cores irreais, dá forma ao amor, ao ciúme, ao medo, à solidão, à miséria humana, à prostituição.
Há predominância dos valores emocionais sobre os intelectuais.
Geralmente, os quadros retratam seres humanos solitários e sofredores. Com a intenção de captar estados mentais, vários quadros mostram personagens deformados. Deforma-se a figura, para ressaltar o sentimento.

Principais características:

• Pesquisa no domínio psicológico.
•Cores resplandecentes, vibrantes, fundidas ou separadas.
• Dinamismo improvisado, abrupto, inesperado. O distanciamento da pintura acadêmica, ruptura com a ilusão de tridimensionalidade, resgate das artes primitivas e uso arbitrário de cores fortes.
• Pasta grossa, martelada, áspera. Muitas obras possuem textura áspera devido à grande quantidade de tinta nas telas.
• Técnica violenta: o pincel ou espátula vai e vem, fazendo e refazendo, empastando ou provocando explosões. O pintor recusa o aprendizado técnico e pinta conforme as exigências de sua sensibilidade.
• Preferência pelo patético, trágico e sombrio. O artista vive não apenas o drama do homem, mas também da sociedade.

Esse movimento artístico caracteriza-se pela expressão de intensas emoções. As obras não têm preocupação com o padrão de beleza tradicional e exibem enfoque pessimista da vida, marcado por angústia, dor, inadequação do artista diante da realidade e, muitas vezes, necessidade de denunciar problemas sociais. É comum o retrato de seres humanos solitários e sofredores. Com a intenção de captar estados mentais, vários quadros exibem personagens deformados, como o ser humano desesperado sobre uma ponte que se vê em O Grito, do norueguês Edvard Munch (1863-1944), um dos expoentes do movimento.

A última grande manifestação de protesto expressionista é o painel Guernica, do espanhol Pablo Picasso. Retrata o bombardeio da cidade basca de Guernica por aviões alemães durante a Guerra Civil Espanhola. A obra mostra sua visão particular da angústia do ataque, com a sobreposição de figuras, como um cavalo morrendo, uma mulher presa em um edifício em chamas, uma mãe com uma criança morta e uma lâmpada no plano central.

O expressionismo na literatura

O movimento é marcado por subjetividade do escritor, análise minuciosa do subconsciente dos personagens e metáforas exageradas ou grotescas. Em geral, a linguagem é direta, com frases curtas. O estilo é abstrato, simbólico e associativo.

O expressionismo no teatro

Com tendência para o extremo e o exagero, as peças são combativas na defesa de transformações sociais. O enredo é muitas vezes metafórico, com tramas bem construídas e lógicas. Em cena há atmosfera de sonho e pesadelo e os atores se movimentam como robôs. Foi na peça expressionista R.U.R., do tcheco Karel Capek (1890-1938), que se criou a palavra robô. Muitas vezes gravações de monólogos são ouvidas paralelamente à encenação para mostrar a realidade interna de um personagem.

Expressionismo

 O desejo de subjetividade constitui a base da Estética Expressionista, concretizando-se nas artes plásticas, na música, no cinema, na pintura e na literatura. Este movimento surgiu na pintura como uma reação ao Impressionismo e a visão objetiva da natureza. Os pintores expressionistas buscavam uma interpretação pessoal e intensa sobre o que a natureza sugeria, assim, a principal diferença das obras ditas expressionistas é o fato de refletirem um estado de insatisfação, melancolia e paixão. Caracterizando-se por uma constante proximidade ao horror, ao fantástico e ao demoníaco, ao triste, ao melancólico, ao dolorido de estar vivo, o Expressionismo deixa de ser uma vanguarda, um estilo único, e perpassa por vários estilos e artistas, em uma viva expressão da dor, do medo e na angústia diante da vida. Pode refletir um momento, uma fase, ou ser o espelho dos olhos de quem representa o mundo com o horror absoluto de estar vivo.

Tânia Souza
Publicado no Recanto das Letras em 17/06/2008
Código do texto: T1038858

domingo, julho 3

Movimento Expressionista


Algumas observações:

- Picasso era cubista e não expressionista. 
- Van Gogh não pertencia ao expressionismo, apesar de ser considerado um precursor do estilo.
(Vídeo feito pelos alunos do 3°A CEAN - 2009)

sexta-feira, junho 24

Um pouco mais sobre Cândido Portinari

Guerra e Paz são dois painéis de, aproximadamente, 14 x 10 m cada um produzidos pelo pintor brasileiro Cândido Portinari, entre 1952 e 1956. Os painéis foram encomendados pelo governo brasileiro para presentear a sede da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York.



Os painéis Guerra e Paz foram pintados a óleo sobre madeira compensada naval.











Cinquenta e quatro anos depois, em dezembro de 2010, os painéis deixaram a sede da ONU e retornaram ao Brasil para uma restauração que ocorrerá no Palácio Gustavo Capanema, de fevereiro a maio de 2011, em ateliê aberto ao público. Graças aos esforços do Projeto Portinari, do Governo Federal, através do Ministério da Cultura e do Itamaraty, de instituições internacionais e de empresas estatais e privadas, a obra será exposta no Brasil e no exterior até agosto de 2013, enquanto a sede da ONU sofrerá uma grande reforma.




sábado, junho 18

Anita Malfatti

Lasar Segall

Antes da explosão do Movimento Modernista de 1922, o Brasil teve com Lasar Segall (1891-1957) seu primeiro contato com a arte mais inovadora que era feita na Europa.

Segall nasceu na Lituânia, mas foi na Alemanha - para onde se mudou em 1906 - que estudou pintura. Em 1912 esteve nos Países Baixos e, em 1913, veio para o Brasil, onde realizou uma exposição, já com nítidas características expressionistas.

De volta à Alemanha, onde permaneceu até 1923, época que seu desenho anguloso e suas cores fortes procuraram expressar as paixões e os sofrimentos do ser humano. Como nas pinturas Família Enferma e Dois Seres.


Em 1924, retornando ao Brasil, Lasar Segall passou a residir definitivamente em São Paulo e conheceu os modernistas. A partir daí, sua pintura assumiu uma temática brasileira: mulatas, prostituas e marinheiros; sua paisagem: favelas e bananeiras. São exemplos: Mãe Preta e Bananal. 

Em 1929, dedica-se à escultura em madeira, pedra e gesso. Mas entre os anos de 1936 e 1950, sua pintura volta-se para os grandes temas humanos e universais, sobretudo sofrimento e solidão. São dessa época. entre outras, as telas: Pogrom, Navio dos Emigrantes, Guerra e Campo de Concentração. 

Em 1951, Segall dá início ao último ciclo de sua obra com as séries de pinturas Rua das Erradias, Favelas e Florestas. Esse ciclo é interrompido com sua morte, em 1957, vítima de moléstia cardíaca.